“Educação” foi o tema escolhido para o primeiro debate eleitoral entre candidatos a prefeito de Vitória da Conquista na televisão. A proposta? Tratar sobre uma rede complexa que conta com 4.900 servidores, representando mais da metade da folha de pagamento da Prefeitura; 1.800 professores, dos quais, quase a metade é contratada: 700, e 160 unidades, entre escolas urbanas (52), escolas rurais (77) e creches (31), atendendo, ao todo, 44 mil alunos.
Dirigido pelo professor Rubem Sampaio e apresentado pela jornalista Aline Ferraz, o enfrentamento e explanação na TV Uesb, realizado num dos auditórios da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, utilizando todos os protocolos de segurança orientados pela OMS (Organização Mundial da Saúde), foi um sucesso e contou com grande audiência, principalmente dos profissionais da categoria em questão, para quem o SIMMP (Sindicato do Magistério Municipal Público de Vitória da Conquista) – idealizador e proponente – e o Sistema Universitário de Rádio e Televisão Educativa da UESB – realizador -, destinaram a abordagem.
Durante mais de uma hora, num clima de respeito e até amizade, os candidatos participantes demonstraram bom nível e expuseram suas ideias, criticas e propostas relacionadas à educação, perguntando um ao outro e respondendo perguntas enviadas por profissionais da categoria em destaque, internautas e telespectadores.
Ferdinand Martins (Psol)
Muito à vontade e em ‘sua casa’, o professor universitário Ferdinand Martins do Psol, abriu a edição, qualificando a inciativa como sendo de “extrema importância” para os professores e população, e lamentou a ausência dos candidatos Zé Raimundo e Herzem Gusmão, bastante criticados durante o evento. Para ele, “a ausência do prefeito e do ex-prefeito, mostra um ato de desprezo pela discussão” da pauta.
Romilson Filho (PP)
Com a segurança de quem se ancora numa proposta para a educação elaborada dentro a categoria, o progressista Romilson Filho (PP), falou ao eleitorado conquistense e pediu “passagem” para os quase 100 candidatos a vereador, de seis partidos coligados, e criticou a administração atual, apresentou propostas afinadas ao magistério, dentre as quais, a aplicação de “60% dos precatórios nos professores municipais” e a realização de concurso público, interagiu com os candidatos, perguntando e respondendo com conhecimento e domínio do assunto, e estabeleceu o perfil do que será sua campanha: independente.
Maris Stella Schiavo (REDE)
“Nossa proposta para Vitória da Conquista contempla mais humanidade, mais respeito e mais solidariedade entre as pessoas”, apresentou Maris Stella Schiavo da REDE, única candidata do sexo feminino, que, também, criticou a ausência de Herzem e Zé Raimundo: “As representações de nossa cidade não podem se omitir diante da educação”. Sobre o perfil de sua candidatura, foi enfática: “Estou neste debate como uma candidatura de representação e de força, de que a mulher de Vitória da Conquista pode e deve governar esta cidade”.
Davi Salomão (PRTB)
Polêmico, o candidato do partido do Vice-Presidente da República, Davi Salomão, elogiou a independência da TV Uesb e repudiou a decisão da TV Sudoeste de cancelar seu debate. O candidato não poupou o prefeito e o deputado estadual ausentes, chamou ambos de “covardes” e disparou: “Não vieram porque sabiam que a verdade dói”. Segundo afirmou o candidato, ele revelaria “todos os podres e até desvio de recursos públicos” – supostamente -praticados pela administração municipal. Ao apresentar suas propostas, prometeu a realização de concurso público e se autodeclarou como o candidato de “um novo tempo” para Conquista.
Cabo Herling (PSL)
Saudando os participantes e telespectadores, o administrador, estudante de Direito, Herling pontuou o que chama de “lógica da vergonha” por parte dos candidatos ausentes e afirmou que a pandemia atinge a todos e não deve ser usada como escudo e justificativa para fugir ao debate. Apresentando sua campanha, o candidato militar afirmou: “Espero contribuir com meu povo, trazendo a verdade e a esperança“. Para ele, “a chave do progresso é a educação e está nas mãos do eleitorado“, argumentou, chamando o mesmo à responsabilidade nestas eleições.
Em Vitória da Conquista 231.176 eleitores estão aptos a irem às urnas para escolher os representantes que irão gerir o executivo e representar a população no executivo.