Com processo de cassação pautado para apreciação dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta terça-feira (27), o deputado estadual Marcell Moraes (PSDB), com risco iminente de perder o mandato, enviou mensagem, via WhatsApp, a figuras próximas. Nos escritos lamenta a sua situação jurídica e reafirma confiança na decisão que será tomada e selará seu rumo político.
“Hoje 19h00 é a votação do nosso processo! Obrigado a todos vocês pelas orações! Sempre esteve nas mãos de nosso Deus. Estou bem confiante, afinal fazer castração e ajudar os animais é minha missão de vida, se ser deputado e não poder continuar ajudando os bichos, então melhor não ser mesmo. Não roubei dinheiro publico, não fiz caixa 2 e posso perder o meu mandato hoje por fazer o bem! Apenas fazer o bem! Mas estou confiante e a nossa defesa vai convencer os ministros, pois não existe crime eleitoral algum! E O BEM SEMPRE VENCE!”, encaminhou.
Se, de fato, for cassado, Marcell é o terceiro deputado estadual baiano derrubado no pleno do TSE. O primeiro foi Pastor Tom que perdeu o mandato por exceder o prazo de filiação para concorrer o pleito. O segundo foi Targino Machado (DEM) acusado de abuso de poder econômico por utilizar do exercício da profissão de médico para angariar votos em troca de consultas.
Marcell será julgado por abuso de poder econômico por ter promovido campanhas de vacinação e castração de animais em cidades baianas com vasta publicidade eleitoral. Os procedimentos, inclusive, foram questionados pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária da Bahia (CRMV-BA), que entrou com representação contra o deputado no Ministério Público Eleitoral.
A linha do tempo sobre o caso de Marcell Moraes é desenhada há mais de um ano. Entre pedido de vistas do processo e suspensão de julgamento, o parlamentar acabou absolvido pelo TRE-BA em outubro de 2019 pelo placar de quatro votos a três.
Outro ponto a se observar diz respeito a situação do bloco da oposição na Assembleia Legislativa da Bahia que pode ser encurtado ainda mais. Desde a cassação de Targino, os votos obtidos por este na eleição de 2018 foram anulados, o que não permitiu que suplentes, como é o caso de Tiago Correia (PSDB) em mandato tampão, pudesse se efetivar. Juristas ouvidos pelo BNews acreditam que, caso haja a cassação de Marcell, os votos arrebanhados pelo tucano também serão invalidados.
Fonte: BNews