Partido lança 3 nomes para 2024, recusa nomes migratórios e manda recado: “vamos trabalhar para isso”
Um mês após reunião em que o diretório do Partido dos Trabalhadores (PT) em Salvador impôs a candidatura própria para as eleições do ano que vem, a polêmica cresce e os bastidores das negociações e conversas abertas pelo presidente do partido na Bahia, Éden Valadares, pega fogo. O PT da capital não abre mão de um candidato próprio e se recusa a ser codjuvante no pleito municipal de 2024.
O problema é que Valadares tem agido com mão de ferro na condução das articulações e tenta impor um possível apoio do partido, como vice, numa chapa que pode trazer um nome de outra sigla. Dentre os possíveis nomes, estão o do vice-governador Geraldo Junior (MDB), o da deputada federal e ex-prefeita, Lídice da Mata (PSB) e o de José Trindade, presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder), que migraria do PSB para o PT. este último figura como o preferido do ministro da Casa Civil e ex-governador Rui Costa.
A situação interna se agravou após declarações de que, não apenas no interior, quanto na capital, a executiva estadual está disposta a ceder a majoritária para um nome articulado, de outro partido, caso resulte no fortalecimento da Base do governo Jerônimo e, num recado ainda mais duro, Éden deixou claro que, apesar das discussões nos diretórios da base, a formação da chapa virá de cima para baixo, decidida pelos presidentes estaduais dos partidos da Federação Brasil da Esperança.
Contrário aos nomes em discussão, o PT soteropolitano bate o pé e quer construir um nome orgânico para campanha do ano que vem, apresentando como possíveis candidatos, o deputado estadual Robinson Almeida, Vilma Reis e a vereadora e atual presidente da Fundação Nacional de Artes (Funarte) Maria Marighella.
A briga tende a subir o tom sob o discurso de Ademário Costa, ex-presidente e atual secretário geral do PT soteropolitano, nome de peso na legenda e fundador da tendência interna Avante que, neste sábado (20/05), reuniu quase 200 representantes do PT, de mais de 50 cidades, e anunciou com apoio de grandes nomes do partido, um movimento de encontros municipais para discutir as eleições 2024.
Ademário rebate a construção proposta por Valadares de priorizar a relação com os aliados e firma a posição de que “a estratégia de lançamento da candidatura própria para 2024 do partido já está consolidada na direção executiva do PT de Salvador” e manda recado: “vamos trabalhar para isso”.